quarta-feira, 30 de junho de 2010

Divorciada ou viúva?


Num jantar a que fui recentemente abordou-se o tema da progressiva emancipação das mulheres. A certa altura, alguém perguntou a cada uma das presentes representantes do género qual era, para elas, o melhor estatuto: divorciadas ou viúvas?
A gargalhada à mesa foi geral. Mas uma de entre nós respondeu, de imediato, que "o de casada seguramente não era". Nova risota até que a autora da afirmação exclamou, meio a sério, meio a sorrir, um "riem de quê?".
Foi então que a conversa tomou um tom mais sério. Curiosamente entre os homens a resposta apontava para as divorciadas, enquanto entre as mulheres era quase unânime a preferência pelo estado de viuvez.
Os primeiros argumentavam que, no caso de haver filhos - o mais frequente -, a existência de um pai vivo aliviava responsabilidades ao padrasto. As segundas defendiam que a viuvez, ao contrário do divórcio, dava respeitabilidade e, até, alguma deferência às mulheres.
Vim para casa a meditar no que havia sido dito. E não pude deixar de concordar que em pleno século XXI, ainda permanecem na nossa educação princípios que já nada justifica.
As mulheres, sejam elas solteiras, casadas, viúvas ou divorciadas merecem ser olhadas de igual forma e julgadas não pelo estado civil, mas sim pelo que são como seres humanos. Como, aliás, os homens para quem, de modo surpreendente, o problema se não põe.
Não deixa de ser curioso que, mesmo a brincar, alguem, ainda hoje, admita que a questão se pode equacionar...

Helena

1 comentário:

  1. Ou as que vivem em união de facto, ou as que tem um namorado, etc., etc.
    Por mais incrivel que possa parecer, não me surpreende muito essa postura de género. Isso, só prova que a emancipação, a igualdade está (atenção, em parte...) na cabeça das ditas. Mais um ponto a favor dos homens.
    Há dias ouvi uma entrevista com Nicolau Brayner. Apanhei-a a meio e tive pena.
    A determinada altura colocou-se a questão das quotas relativamente ao assento da mulher em determinados cargos, empregos, enfim, o costume. E ele dizia esta coisa que para mim tem sido clarissima desde o início: quotas? porquê? Não, não! A mulher deve ser eleita por mérito, pelo seu valor, nunca por quotas. Essa descriminação positiva tem muito que se lhe diga!...
    Nessa noite dormi melhor. Um Homem estava de acordo comigo, ao contrário de algumas das minhas amigas que, sempre que se fala desta questão quese me fuzilam. Enfim, só prova que ainda não cresceram (eles, entenda-se) o suficiente.
    Abraço e, obviamente, vou ficar por aqui.

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