sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

As duas irmãs


Eram duas irmãs tão parecidas, em crianças, que quase se diria serem gémeas. Gostavam das mesmas coisas, tinham os mesmos amigos, e na escola embora frequentassem classes diferentes, andavam sempre juntas. Os pais chegavam a zangar-se por elas não saberem fazer nada uma sem a outra.
Mas com o passar dos anos aconteceu justamente o contrário. Foram crescendo e então começaram a diferenciar-se muito. Tanto, que já ninguém as confundia e até questionavam como é que duas irmãs podiam ser tão diferentes. Nem os próprios pais conseguiram perceber bem o que se passara.
Cada uma havia de seguir, nesta nova fase, uma carreira profissional bem diversa também. Alexandra seria médica e Adelaide fez-se engenheira. Os amigos e os interesses passaram igualmente a ser muito distintos.
Como seria de esperar em qualquer família normal, acabaram ambas por querer ter a sua própria casa. O que teve como consequência separa-las ainda mais. De facto, duas carreiras muito absorventes, faziam com que só muito esporadicamente se encontrassem ou mesmo reunissem em casa dos pais. Estes bem estimulavam esses encontros mas, por uma razão ou por outra, era sempre muito difícil reuni-las.
Numa tarde em que Alexandra foi visitar os pais estes disseram-lhe que Adelaide tinha arranjado um namorado, mas que ainda ninguém o conhecia. Era um colega e chamava-se Miguel. Pouco interessada no tema, a filha não fez perguntas e a conversa morreu por ali.
Quase um ano decorrido foi a vez de Adelaide saber pelos pais que a irmã havia, finalmente, encontrado alguém com quem decidira partilhar a sua vida. Porém, não queria casar.
Com as dificuldades tradicionais, Adelaide marcou o encontro para apresentar o noivo à família. Tudo decorreria num jantar para o qual ela pedira que todos estivessem presentes. Sugeriu mesmo, que se Alexandra quisesse, seria uma boa oportunidade para ela dar a conhecer o homem com quem partilhava a vida há perto de um ano. Mas ela não não se mostrou interessada.
O choque deu-se quando ambas as irmãs esperavam o aparecimento de Miguel que ficara de ir ter a casa dos futuros sogros. É que quando este bateu à porta, as duas correram, em simultâneo, para o mesmo homem...


Helena

2 comentários:

  1. Sei de dois homens com as mesmas origens e que a vida fez questão de os afastar em termos ideológicos...
    Ainda hoje, suspeito, correm ambos felizes para os braços da mesma mulher...
    a Mãe.

    ; desculpe a traquinice...

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  2. Pedro, nem mais. Tem toda a razão!
    Sou uma felizarda.:))

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